Particular
Hoje era para ser um dia corrido. Não foi. Acordei cedinho para programar os prazos que preciso cumprir. Prazos, metas, metas, prazos. Levantei como quem levanta para uma corrida - despejando tudo no meu corpo. Tadinho. Tomar banho, café, café, café, muito café. Lê um texto aqui, lê um texto ali. Marca isso, desmarca também. É uma dualidade cotidiana. Acostume-se. Leia um livro. Não ache tempo para saciar as páginas mas o leia. Tudo que eu mais quero é dar "ok" na minha agenda.
Estava tudo normal. Porque é sempre assim. Está sempre corrido. Peço desculpas ao meu corpo por hoje, mas não aguentei.
No lugar das letras, vi uma rotatória de signos linguísticos. E foi. No chão. Para o chão.
A lição de moral aqui, é para os meus próprios olhos assimilarem: você não consegue fazer tudo de uma vez. E você não precisa fazer tudo de uma vez. Respeite o seu corpo e a sua mente. Estou escrevendo para eu mesma. Estou entendendo? Não sei.
Ainda me sinto culpada de faltar na aula para ir ao médico. E meu corpo, sente vergonha dessa culpa.
Respira profundamente. É isso que receitaram. Você irá conseguir um emprego. Você será uma boa professora. Será? não sei. Os alunos vão rir da minha cara e esperar ansiosamente o intervalo? Eu vou conseguir mudar alguma coisa na prática? ou será que a teoria ficará apenas nas aulas de educação da faculdade? Eu conseguirei passar a minha paixão para a sala? A sala terá também uma paixão?
Ou será que está tudo torto?
Não sei, melhor eu mandar mais um currículo nesse meio tempo.
E eu não entendo em que período do enredo achei um momento para amar. Amei. E amo. Mas isso, não tem nada haver com o texto. Ou talvez tenha.
Eu sou uma boa filha? Uma boa amiga? Não respondo mais ninguém no Whatsapp. Ou talvez nunca tenha respondido. É que eu não tenho tempo, ou talvez não o queira achar.
As pessoas, às vezes, são tão cruéis. Eu não tenho paciência. Deveria? Pode ser. Mas também não quero pensar nisso.
Preciso me arrumar, mas só quero descansar. Descansei. Não passou. E agora?
Jade Hilario
Estava tudo normal. Porque é sempre assim. Está sempre corrido. Peço desculpas ao meu corpo por hoje, mas não aguentei.
No lugar das letras, vi uma rotatória de signos linguísticos. E foi. No chão. Para o chão.
A lição de moral aqui, é para os meus próprios olhos assimilarem: você não consegue fazer tudo de uma vez. E você não precisa fazer tudo de uma vez. Respeite o seu corpo e a sua mente. Estou escrevendo para eu mesma. Estou entendendo? Não sei.
Ainda me sinto culpada de faltar na aula para ir ao médico. E meu corpo, sente vergonha dessa culpa.
Respira profundamente. É isso que receitaram. Você irá conseguir um emprego. Você será uma boa professora. Será? não sei. Os alunos vão rir da minha cara e esperar ansiosamente o intervalo? Eu vou conseguir mudar alguma coisa na prática? ou será que a teoria ficará apenas nas aulas de educação da faculdade? Eu conseguirei passar a minha paixão para a sala? A sala terá também uma paixão?
Ou será que está tudo torto?
Não sei, melhor eu mandar mais um currículo nesse meio tempo.
E eu não entendo em que período do enredo achei um momento para amar. Amei. E amo. Mas isso, não tem nada haver com o texto. Ou talvez tenha.
Eu sou uma boa filha? Uma boa amiga? Não respondo mais ninguém no Whatsapp. Ou talvez nunca tenha respondido. É que eu não tenho tempo, ou talvez não o queira achar.
As pessoas, às vezes, são tão cruéis. Eu não tenho paciência. Deveria? Pode ser. Mas também não quero pensar nisso.
Preciso me arrumar, mas só quero descansar. Descansei. Não passou. E agora?
Jade Hilario
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